Me chamo Carolina Ferrari, sou mais conhecida como Peregrina do Vinho, sou uma carioca que vivia na loucura da cidade grande, na rotina acelerada e no piloto automático. Como técnica em Química, eu trabalhei numa fábrica de perfumes e lá me apaixonei pela perfumaria. Decidi que queria ser perfumista, mas não havia nenhum curso de formação no Brasil na época, e eu não tinha como ir pra França estudar. Então deixei meu sonho e sensibilidade olfativa de lado. Até que um dia, meu pai que era garçon e maître, me recomendou que eu fizesse um curso de sommelier, pois os vinhos tinham esse universo aromático também. Eu não tomava vinhos, mas como sabia que meu pai tinha conhecimento, fui buscar me informar. Até que encontrei a enologia e me identifiquei mais do que com o curso de sommelier. Então visitei a cidade para fazer o vestibular e me apaixonei por tudo. Resolvi seguir seu coração. Me mudei para Bento Gonçalves a cidade considerada Capital do Vinho para estudar Viticultura e Enologia.
Fiz dois intercâmbios no exterior, ambos com bolsa de estudos integrais, um durante a graduação na UC Davis | California e o segundo um programa de mestrado em Inovação no Enoturismo pelo Erasmus Mundus onde tive a oportunidade de estudar e morar na Espanha, França e Portugal.
Costumo dizer que o vinho subiu à cabeça, e quando me dei conta, estava levando uma vida que não tinha muito sentido pra mim, mesmo sendo a vida dos sonhos para muitos.
Eu sentia um vazio, e tinha muitas ressacas morais que me atormentavam, à ponto de eu me questionar se deveria continuar trabalhando com vinhos.
Foi então que resolvi fazer uma peregrinação à Santiago de Compostela. Percorri 800km durante 30 dias, foi um divisor de águas na minha vida. Atravessei um deserto físico, mental e emocional, e a partir disso tudo ganhou um novo sentido. E eu discerni que aquele mesmo incômodo que teria me levado à fazer a peregrinação, seria o que daria sentido ao meu trabalho com o vinho, ele seria instrumento de resgate do sentido e alegria de viver para muitas pessoas.
Então criei o movimento da Nova Era do Vinho, onde as regras que ditam é do vinho sentido, um vinho feminino, humanizado, não que seja só para mulheres, mas ele é percebido com essa sensibilidade e sabedoria da natureza feminina, levando em consideração o gosto, sensibilidade e bagagem pessoal do degustador.
Hoje atuo como psicanalista clínica, terapeuta e mestre do vinho, promovendo atendimentos clínicos e vivências onlines e presenciais. Acredito que o vinho é um alimento para o corpo, mente e alma, quebra as barreiras do ego e julgamentos e faz com que a gente fique mais à vontade e acesse o inconsciente de maneira mais natural e fluida.
“In vino veritas”
© 2025 Nova Era do Vinho. Todos os direitos reservados.